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Trauma Craniano: A Necessidade de Radiografias em Caso de Impacto na Cabeça



Trauma Craniano: A Necessidade de Radiografias em Caso de Impacto na Cabeça


Quando os pequenos experimentam o impacto de uma batida na cabeça, é compreensível que pais, principalmente os de primeira viagem, sintam-se inundados por uma onda de preocupações e nervosismo. A ideia imediata de correr para a emergência e realizar um Raio X do crânio é comum nesses momentos de apreensão, mas será essa a melhor abordagem? Este texto explora a necessidade real de exames radiológicos em casos de trauma craniano infantil.


A busca por um Raio X do crânio é frequentemente considerada quando a cabeça de uma criança é impactada, mas a realidade é que esse procedimento é dispensável na maioria dos casos. Em contrapartida, a Tomografia Computadorizada (TC) do crânio pode ser recomendada pelo pediatra após uma avaliação clínica detalhada.


É crucial entender que, em situações em que a criança sofre pequenas quedas e não manifesta mudanças comportamentais significativas ou sinais de alterações clínicas e neurológicas, a recomendação é que permaneça em casa sob observação. A maioria desses incidentes não exige intervenção radiológica imediata, e o pediatra será capaz de avaliar a necessidade de procedimentos adicionais com base na condição específica da criança.


Uma consideração importante é que, ao sofrer um impacto na cabeça, não é aconselhável administrar medicamentos à criança sem a orientação do profissional de saúde responsável. Em vez disso, a ênfase deve ser colocada na observação cuidadosa do comportamento e na detecção de quaisquer sinais de alerta que possam indicar a necessidade de avaliação médica mais aprofundada.


Uma dúvida comum que surge nesses momentos é se é seguro permitir que o bebê durma após bater a cabeça. A resposta é afirmativa. Existe uma distinção crucial entre uma criança que se assusta, chora intensamente e, quando a adrenalina do estresse diminui, busca o conforto do sono, e uma criança que perde a consciência, o que seria motivo de preocupação. É natural que bebês, após situações estressantes, manifestem sonolência. É importante ressaltar que a probabilidade de fraturas é baixa, pois os ossos dos bebês são mais elásticos e maleáveis em comparação com os dos adultos.


Ao lidar com traumas cranianos em crianças, a observação cuidadosa do comportamento é fundamental. Sintomas como vômitos persistentes, alterações no estado de consciência, irritabilidade excessiva, ou qualquer sinal de comprometimento neurológico devem ser prontamente comunicados ao profissional de saúde. Esses podem ser indicativos de uma condição mais séria que requer avaliação e, se necessário, intervenção médica imediata.


Em resumo, após um trauma craniano não se faz Radiografia de Crânio, mas a decisão de realizar uma Tomografia Computadorizada de Crânio deve ser guiada pela avaliação clínica do pediatra, considerando a natureza específica do trauma e a resposta da criança. A maioria dos traumas cranianos leves em crianças pode ser gerenciada com observação cuidadosa em casa, evitando a exposição desnecessária à radiação. A educação dos pais sobre os sinais de alerta e a prontidão para procurar orientação médica quando necessário são elementos essenciais na promoção do bem-estar infantil em situações de trauma craniano.


Trauma Craniano em Crianças: Avaliando a Necessidade de Radiografias e Tomografias

Busque atendimento de emergência se o seu filho apresentar sinais graves após um trauma na cabeça, como desmaio, vômitos persistentes ou mudanças significativas no comportamento. Importante ressaltar que, em situações mais críticas, será realizada uma Tomografia Computadorizada (TC) do crânio, não um simples Raio X, para uma avaliação mais abrangente


Sinais de Alerta para Realização de TC de crânio em crianças após Trauma:

  1. Queda com mecanismo de trauma de alta velocidade, como, por exemplo, quedas de bicicleta, patins, patinete e skate em movimento e sem capacete, ejeção do carro, acidente automobilístico com morte de um dos passageiros, capotamento, atropelamento de pedestre ou ciclista e trauma ocasionado por objeto de alto impacto.

  2. Quedas em menores de 3 meses.

  3. Quedas, em bebês de 3 meses a 2 anos, de locais com altura superior a 0,9 metros.

  4. Quedas, em maiores de 2 anos, de locais com altura superior a 1,5 metros.

  5. Queda de mais de 4 degraus da escada⁣⁣.

  6. Hematoma subgaleal (galo) não frontal (occiptal, parietal ou temporal), em menores de 2 anos.

  7. Sangramento pelo ouvido ou nariz.

  8. Presença de hematomas atrás da orelha ou à volta dos olhos.

  9. Líquido transparente saindo pelo nariz ou pelos ouvidos.

  10. Perda de consciência após trauma, mesmo se for por poucos segundos.

  11. Dor de cabeça intensa, crises epilépticas, alteração de memória, confusão mental, alterações visuais, desequilíbrio, perda de força muscular ou outra mudança do padrão neurológico habitual.

  12. Se a criança, após a queda e até 6 horas dela, apresentar 5 ou mais episódios de vômitos.

  13. Se a criança, após 6 a 48 horas da queda, apresentar um episódio de vômito.

  14. Se a criança ou adolescente, ficar com um padrão irritado ou sonolento nas primeiras 48 horas que seguem a queda.

  15. Se até 48 horas após a queda, a criança estiver diferente do habitual.

  16. Se a criança , após 48 horas da queda, apresentar qualquer alteração, entre em contato com o seu pediatra imediatamente.

Considerações Gerais

O trauma craniano em crianças suscita preocupações intensas entre pais e cuidadores, especialmente diante da incerteza sobre a necessidade de exames radiológicos. É crucial compreender que a realização imediata de radiografias do crânio é dispensável. Entretanto, em alguns casos, a avaliação clínica detalhada pelo pediatra é essencial para determinar se a Tomografia Computadorizada (TC) de crânio é necessária. A maleabilidade dos ossos infantis e a resiliência geralmente reduzem o risco de fraturas graves. Ao ponderar sobre traumas cranianos em crianças, a observação cuidadosa, a orientação profissional e a prontidão para procurar atendimento médico quando necessário são fundamentais.


Dra. Valéria Gandolfi Geraldo

Pediatria - Neurologia Pediátrica

CRM-SP: 105.691 / RQE: 26.501-1

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